Então, irmãos, começou. Ah, bênção, bênção dos Céus! Fiquei deitado, completamente nagói, olhando pro
teto, o gúliver sobre as mãos no travesseiro, os glazes fechados, a rote aberta em beatitude, esluchando o
esguicho de lindos sons. Ah, era o belo e a beleza feitos carne. Os trombones mastigavam ouro debaixo da
minha cama, por detrás do meu gúliver, os trompetes lançavam chamas de prata em três direções e lá, perto da
porta, os tímpanos rolavam por dentro das minhas tripas e tornavam a sair, mastigados como um torrão de
trovão. F então, como um pássaro do mais raro tecido de metal celeste, ou como vinho prateado escorrendo
numa espaçonave, a gravidade transformada agora em absurdo, veio o solo de violino, por sobre todas as
outras cordas, e essas cordas eram como que uma gaiola de seda em volta da minha cama. Depois, a flauta e o
oboé perfuraram, como se fossem vermes de platina, o espesso, espesso torrão de ouro e prata. Pê e eme, no
quarto de dormir ao lado, já tinham aprendido a não bater na parede se queixando do que chamavam de
barulho. Eu tinha ensinado a eles. Agora eles tomavam pílulas pra dormir. Talvez sabendo da alegria que eu
sentia com a minha música noturna, eles já deviam ter tomado. Enquanto eu esluchava, meus glazes bem
apertados pra trancar do lado de dentro a beatitude que era melhor do que qualquer Bog ou Deus de
sintemesque, eu via imagens tão lindas. Tinha veques e ptitsas, tanto jovens quanto estarres, caídos no chão,
gritando por misericórdia, e eu esmecando com a rote inteira e moendo os litsos deles com a bota. E tinha
devótebecas rasgadas e critchando contra as paredes e eu metendo nelas como uma chilaga e, realmente,
quando a música, que tinha só um movimento, chegou ao topo da sua torre mais alta, então eu gozei e esporrei
e gritei aaaaaaaahhhhh de beatitude. E a linda música deslizou para o seu término cintilante.
Depois disso, eu ouvi um lindo Mozart, a Júpiter, e vi novas imagens de litsos diferentes sendo jogados ao
chão e esmagados, e foi depois disso que eu achei que devia ouvir mais um último disco, antes de atravessar a
fronteira, e eu queria alguma coisa estarre, forte e muito firme, e foi J. S. Bach que eu ouvi, o Concerto de
Brandenhurgo só pra cordas médias e graves. E, esluchando com uma beatitude diferente da anterior, eu
videei de novo aquele nome no papel que eu tinha rasrezado naquela noite, parece que há muito tempo,
naquela casinha chamada LAR. O nome falava de uma laranja mecânica. Esluchando o J. S. Bach, eu comecei
a poniar melhor agora o que aquilo queria dizer e achei, esluchando a perfeita lindeza do estarre mestre
alemão, que eu devia ter toitchocado ambos muito mais forte e rasgado eles em tiras, no próprio chão deles.
o melhor do filme é um ''bruto'' gostar de música clássica